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domingo, 21 de agosto de 2011

EDUCAÇÃO


EDUCAÇÃO
Quase 40% das universidades estão fora de padrão

Brasília. Quase 40% das universidades brasileiras não cumprem um dos critérios exigidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para operarem como universidades.

De 184 instituições, 67 (36,4%) não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado, exigência para a universidade conquistar tal status. Além disso, 15 delas não têm nenhum programa em funcionamento. Os dados são de um levantamento de Antônio Freitas, membro da Câmara de Educação Superior do CNE. O estudo, que levou em consideração os dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do fim de março, também detectou que a diferença entre a média geral do Índice-Geral de Cursos (IGC) das instituições públicas e privadas é de menos de 1 ponto.

A pesquisa levou em conta a resolução nº 3 do CNE, de outubro, que passou a determinar os pré-requisitos mínimos para se classificar uma instituição como universidade - entre eles, o número mínimo de programas de pós stricto sensu. A regra, válida para universidades federais e particulares, vai vigorar até 2013. A partir daí, a exigência será de quatro mestrados e dois doutorados, com período de adequação até 2016. Além do CNE, uma portaria do MEC de 2008 também considera satisfatório o funcionamento de pelo menos um doutorado e três mestrados nas universidades.

"Muitas universidades não cumprem o requisito, que é até ridículo, muito baixo. Em outros países, nem seriam consideradas universidades", diz Freitas. O MEC afirma que a exigência é compatível com a realidade brasileira e diz que criou, em parceria com a Capes, o Programa de Qualificação das Universidades Públicas, para fomentar o desenvolvimento da pós nas universidades que não atendem à resolução.

De 184 instituições, 67 não apresentam exigências




Como chamam essas usinas de ganhos financeiros,de universidades? Interessante,que na avaliação mundial das principais universidades,nenhuma brasileira foi destaque.

Educação e ciência um questão de Estado


EDUCAÇÃO
MEC torna mais rígidas as regras para universidades
Instituições deverão ter quatro cursos de mestrado e dois de doutorado

BRASÍLIA. O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou novas regras para o credenciamento e recredenciamento de universidades federais e privadas. Agora, instituições de ensino superior que tenham essa categoria precisarão oferecer pelo menos quatro cursos de mestrado e dois de doutorado. Atualmente, o país tem 188 universidades, sendo 58 federais, 37 estaduais, sete municipais e 86 privadas. As novas regras se aplicam apenas às instituições federais e às particulares. Universidades municipais e estaduais atendem a regras específicas.
Aquelas que não se enquadrarem nos novos critérios poderão ser "rebaixadas" a faculdades ou centros universitários. O nível de autonomia da instituição para abrir novos cursos ou criar vagas depende dessa classificação. O recredenciamento de universidades é feito de dez em dez anos.
Além dos programas de pós-graduação, as universidades que solicitarem recredenciamento ao Ministério da Educação (MEC) terão que atender a critérios de qualidade, tendo como referência as avaliações do MEC. As instituições deverão ter conceito igual ou superior a 4 no Índice Geral de Cursos (IGC) e no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Esses dois instrumentos atribuem notas de 1 a 5 para as instituições de ensino superior em avaliações periódicas. Continuam valendo exigências como a composição de um terço do corpo docente por mestres e doutores e um terço dos professores trabalhando em regime de tempo integral. É preciso também que pelo menos 60% dos cursos de graduação sejam reconhecidos pelo MEC ou estejam em processo de reconhecimento.
06/10/2010
Rigor. O ministro Fernando Haddad (Educação) deve homologar as novas regras para universidades

Educação dilema social


Educação é ensinar a pensar
Cláudio de Moura Castro economista e especialista em educação, 72

Conselheiro de Ciência e Tecnologia da Presidência da República, além de membro de órgãos consultivos de instituições como Inhotim, CNI e Fiesp, esse carioca criado em Minas Gerais é crítico mordaz do sistema educacional brasileiro, além de frasista da melhor qualidade. Para Cláudio, o grande gargalo da educação brasileira é a chatice - matérias que nada têm a ver com o aluno - e, por isso, uma reforma é urgente.
Temos hoje no Brasil alguns cientistas reconhecidos internacionalmente. São casos isolados ou bons frutos do sistema educacional brasileiro? Veja bem, o caso brasileiro é parecido com a Índia, onde a taxa de analfabetismo é da ordem de um terço da população, e os que estão frequentando escolas estão em instituições tão ruins ou piores do que as brasileiras. Não obstante, a Índia tem sete institutos federais de tecnologia que são padrão de grandes universidades e recrutam dentro do bilhão de habitantes. Cria-se um filtro dentro do filtro e acaba com gente extremamente competente e dedicada. A comparação é válida porque mostra que se pode ter um sistema educacional muito ruim e bons doutores. Essa solução não é boa, nem no Brasil, nem na Índia. Bom seria que partisse de uma base muito maior. Veja a Suíça, que tem uma grande produção de prêmios Nobel com uma população de 7 milhões.
Por que o sistema brasileiro é ruim? Porque começamos com vários séculos de atraso. Em 1450, apenas 15% da população da Europa era alfabetizada. Em 1.500, com Guttemberg, passou para 30%. Em 1900, 15% da população de Portugal era alfabetizada - estava no nível da Europa pré-imprensa -, e nós herdamos esse sistema educacional. No Brasil de 1900, 10% da população era alfabetizada. Há 50 anos, as estatísticas educacionais brasileiras eram bem pior do que as do Paraguai, Bolívia, Equador, para não falar da Colômbia. Começamos atrás desses países, já os passamos e estamos nos aproximando de Argentina, Uruguai e Chile, que são os melhores na América Latina.
Qual a razão dessa - comparativamente - rápida alfabetização por aqui? A economia brasileira cresceu mais em termos de PIB bruto do que qualquer país no mundo entre 1870 e 1980. A melhoria da educação do Brasil é fruto dessa demanda do setor produtivo que precisa de gente mais competente. Muito mais do que um voluntarismo de um setor público iluminado como houve por exemplo na França.
O que é necessário para melhorar a educação no país? Pesquisa recente mostrou que 70% dos pais estão satisfeitos com a escola no Brasil. Ou seja, não estão dispostos a brigar por uma escola melhor, e os políticos não vão brigar por isso porque não têm o apoio da sociedade. Esse é o maior entrave: a falta de percepção de que não basta ir para a escola e passar um monte de anos como hoje, pois o aluno não aprende.
O currículo escolar brasileiro é ruim em relação ao de outros países? De uma maneira geral, a estrutura é muito parecida. Em todos os lugares tem direito, medicina, engenharia etc. Há um primeiro e segundo graus que têm a mesma cara. O grande problema é que tentamos ensinar mais do que aluno dá conta de aprender. Os currículos são frondosos, exagerados. Em Cingapura, um livro de matemática da quarta série tem oito tópicos. O livro brasileiro tem 56. Cingapura está lá em cima no índice Pisa da OECD (Programa para Avaliação Internacional de Alunos, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, nas siglas em inglês). Isso mostra que o brasileiro vai ouvir falar dos 56 tópicos e não vai aprender nenhum.
Mas, nas últimas reformas curriculares, aumentou-se esse currículo, com aulas de cultura negra, filosofia, sociologia, línguas. Estamos no caminho errado? Cada vez mais se torna mais remota a possibilidade de se aprender realmente. Quando se ensina assunto demais, o aluno aprende de menos (sic). Educação não é entupir o aluno com datas, lugares e eventos. Educação é ensinar a pensar, e isso se consegue com foco, tempo para praticar estilos de pensamento e se exercitar isso, o que não é possível com a avalanche curricular que temos, sobretudo no ensino médio, que é um desastre monumental.
Qual seria a alternativa? Reduzir o número de matérias, e a maneira de fazer isso é criar um currículo mínimo. Todos têm de fazer ciência, história, matemática português e deixar que as escolas completem o currículo com coisas que são de interesse e estão ao alcance dos alunos. Deveríamos eliminar a ideia de um currículo único para todos.
O grande gargalo na educação brasileira ainda é a seleção para o curso superior? Não. O grande gargalo chama-se chatice, no ensino médio, que é supremamente aborrecido, saturado de matérias desinteressantes. São matérias distantes do mundo do aluno e impossíveis de serem apreendidas. Os alunos estão saindo no meio e a deserção do ensino médio é alarmante, um terço apenas termina. A taxa de aproveitamento do médio para o superior no Brasil é das maiores do mundo - cerca de 80% daqueles que se formam no colégio vão para a faculdade. As escolas particulares têm mais vagas do que alunos. Hoje, o que não tem é aluno para o ensino superior.
O Enem melhorou o ensino brasileiro? Não tivemos tempo para saber se o novo Enem cumpre o que prometeu. Tivemos uma aplicação extremamente conturbada e não temos uma avaliação da prova. E o Enem foi mudado há um ano, pois antes era uma prova só de raciocínio e precisou de um pouco mais de currículo escolar para servir como vestibular. A ideia é perfeita, mas, se a dose curricular foi exagerada, eu não posso dizer e não há consenso hoje.
Sobre educação infantil, como lidar com a chamada geração Y, que chega à escola sabendo computação e por vezes tem mais informação do que o professor sobre determinado assunto?  Se informação fosse educação, é esse o aluno que deveria dar aula para o professor. Mas educação é saber usar o conhecimento. É fazer sentido desse colosso de informação que está aí. Isso o aluno não sabe. O que o professor tem de fazer é botar o aluno para pensar disciplinadamente, usando problemas do nosso cotidiano.
Como o professor pode colocar limite nessas crianças? Ele deve oferecer um ensino relevante e não ser envergonhado em relação à disciplina. Hoje o professor tem vergonha de mandar no aluno. A escola tem vergonha de disciplinar. Essa confusão entre autoridade e autoritarismo faz com que as coisas se precipitem, até que o professor tem de usar sua autoridade para que a casa não venha abaixo, mas aí já está em um conflito.
Seria a volta da palmatória? Irrelevante, não estou pregando isso. Estou pregando que o professor tem de aceitar exercer a autoridade sobre o aluno desde o primeiro dia de aula e não achar que autoridade é autoritarismo. Uma pesquisa com os dez melhores alunos do Enem mostrou que todos vieram de escolas com disciplina muito forte e rígida. Essas são as pessoas que estão indo para as melhores universidades e tendo melhor desempenho.
Se o professor ganhar melhores salários, a educação no país melhora? Impacto zero. Se pegar os 27 Estados brasileiros e botar salários de um lado e desempenho do outro, seja Ideb ou Prova Brasil, a correlação é zero. Não há nenhuma associação entre o nível de salário dos professores e o desempenho do Estado.
O professor brasileiro é bem formado? Esse é o desastre. Se tivesse de mexer em alguma coisa seria na formação do professor, porque as faculdades de educação, públicas e privadas, têm uma reputação muito ruim e recrutam os alunos mais fracos, na média. Depois, essas faculdades viraram redutos ideológicos, e as pessoas ficam estudando luta de classe ou então teorias pedagógicas muito rarefeitas e complicadas. O que eles fazem é aprender as palavras, mas não aprendem nem o conteúdo nem a dar aula.
10/10/2010

ENTREVISTA COM LIA RODRIGUES


 
JULIA GUIMARÃES17/10/2010
Duas décadas de recriações 


Após um hiato de15 anos, a Lia Rodrigues Cia. de Danças volta a se apresentar em Belo Horizonte, pelo Fórum Internacional de Dança (FID). Pioneira na construção da linguagem da dança contemporânea no Brasil, Lia fincou sua sede no Complexo da Maré (RJ), onde desenvolve um trabalho artístico com os moradores da região. Nesta entrevista, ela fala sobre suas duas décadas de trabalho dedicadas ao movimento.
Ao contrário de outros grupos, vocês se intitulam uma companhia de ‘danças’, no plural. Por que? Esse nome foi dado há 20 anos, quando a companhia surgiu. Então, é uma pergunta sobre a qual não penso há bastante tempo. Mas ela é interessante porque tem a ver com as motivações do início. Eu pensava assim: não sei muito bem o que vou fazer, se é dança contemporânea, moderna. Então quis colocar no plural, porque fica mais abrangente, é mais nesse sentido, porque cabem várias danças dentro do que a companhia, naquele momento, pensava que poderia acontecer.
Uma das características mais fortes do grupo é o fato de terem fincado sua sede no Complexo da Maré, a partir de 2003. Como se originou a experiência de estar e criar ali? Eu não concordo que essa seja a marca mais forte da companhia, é um momento importante dentro dos nossos 20 anos. Talvez o mais forte numa companhia de dança contemporânea no Brasil hoje seja a sobrevivência mesmo, talvez essa seja uma característica que compartilho com meus colegas no país. E a gente dá um salto grande porque a mudança para o Complexo da Maré aconteceu depois dos dez anos da companhia, então houve todo um processo de construção antes dessa decisão, que não foi tomada de uma hora para outra, veio a partir de algumas hipóteses que estavam sendo lançadas por mim, em parceira com a Rede de Desenvolvimento da Maré, criada por moradores da região. E, nesse período, em 2003, eu pensava muito em como poderia relacionar a dança contemporânea com parte da população que, na verdade, não teria acesso a isso. Então, eu me perguntava para que a gente faz dança e de que maneira gostaria de continuar a fazer depois de tanto tempo. Nesse momento, a Sílvia Soter, minha dramaturga e parceira de trabalho, me colocou em contato com trabalhos desenvolvidos pela rede na favela da Maré. Aí fiz algumas propostas para dialogar com esses projetos e comecei bem devagarinho, porque você tem que fazer um reconhecimento desse contexto. Foi assim que comecei a desenvolver o projeto e, posteriormente, estabelecer a sede do grupo. E hoje, depois de 7 anos de experiências, estamos criando o Cento de Artes da Maré, no qual trabalhamos desde maio de 2009. E não é apenas nossa sede, mas um espaço de convivência da comunidade, onde também damos aulas de dança.
E como a experiência desse deslocamento geográfico reverbera nos trabalhos atuais do grupoEu acho que o corpo é um estado que muda de acordo com o contexto em que você está. Então, é claro que o fato de estar lá cotidianamente, convivendo e construindo um espaço, isso com certeza irá se refletir na dança que a gente produz. Agora, não saberia explicar em palavras exatamente como isso ocorre, talvez pudesse falar dançando. Por isso, o "Pororoca", que vai se apresentar neste FID, talvez seja a resposta à pergunta que você me fez.
Li que um dos maiores desafios do trabalho na Maré foi superar a lógica da exclusão social, da arte `de gueto´ no trabalho com os jovens da comunidade. Como você busca subverter essa lógica? Acho que primeiro com a atitude de que você vai ali para aprender, em parceria, estou na escuta, estou olhando. O Centro de Artes não foi ideia minha, foi ideia em conjunto com essa ONG formada por moradores e ex-moradores da favela. É um trabalho em equipe, de estar compartilhando ideias e pensamentos. Você precisa entender que lugar é aquele, entrar em contato com outras visões sobre a favela, sobre o que seria inclusão social e tentar praticá-la em conjunto com outras pessoas que pensam também essas questões de uma outra forma. É um longo aprendizado.
Li também que, na sua trajetória, um ponto importante de transformação foi marcado pelo mergulho na obra de Lygia Clark, em especial, pela ideia da artista de "corpo colectivo". O que mudou na sua forma de pensar a dança a partir dessa referência? Há 12 anos, a companhia foi convidada para recriar algumas obras da Lygia Clark, e essa experiência foi marcante para mim ao entrar em contato profunda e fisicamente com a obra dela. Isso, sem dúvida, foi muito transformador para o meu trabalho. Mas não consigo dizer quais seriam exatamente as questões que a Lygia coloca que estão no meu trabalho, porque eu dialogo com outros artistas que também vão enriquecendo minha prática. O Tunga é um outro exemplo, adoro estar perto dele, trocar ideias com ele e participar das performances que ele realiza, assim como outros artistas da dança, como a própria Adriana Banana e o Grupo Corpo, em Belo Horizonte, e, aqui no Rio, tem a Dani Lima, o João Saldanha, só para citar alguns.
Você foi criadora e diretora artística do Festival Panorama de Dança até 2006. Como percebe a cena atual da dança contemporânea no Brasil? O contexto de quando eu fazia o Panorama e o de hoje mudou muito, a dança contemporânea não é mais um deserto como antes. Quando o Panorama começou, em 1992, não tinha quase nada acontecendo. Acho que logo em seguida veio o FID e, hoje, existem outras ações muito importantes para o trabalho da dança, como a Bienal de Fortaleza, que é extraordinária, o projeto do Itaú Cultural, do Sesc Palco Giratório e as universidades de dança. Então, o cenário onde a dança acontece hoje é muito diferente, existe a internet e a possibilidade de redes de informação, tudo isso cria um outro lugar para a dança acontecer. E isso mudou até a maneira como as pessoas dançam, as formas de mostrar a dança. Então, sem dúvida, mudou muito.
Neste ano, seu grupo completa 20 anos. Num balanço reflexivo, o que se mantêm de mais estrutural na linguagem construída por vocês? Eu acho que é a insistência de continuar acreditando que é possível ter uma companhia, estar junto e desenvolver um projeto a longo prazo, trabalhar sete horas por dia, acreditar que é possível fazer outros projetos em dança, isso é o que fica de mais forte para mim. Às vezes, eu duvido disso também, oscilo, porque é tão difícil, parece um modelo que não vai mais dar certo, o de ficar junto por tanto tempo. Mas quero crer que ainda é possível, que devo continuar a trabalhar compartilhando, mas vamos ver o que o futuro vai me dizer.
Durante o FID, o público poderá assistir a quatro espetáculos do grupo: "Aquilo de que Somos Feitos", "Formas Breves", Encarnado" e "Pororoca". Quais são os aspectos desses trabalhos que melhor refletem os 20 anos da cia.? Cada trabalho traz uma ideia, um tema e uma pergunta diferente. Um é uma homenagem ao Oskar Schlemmer e ao Ítalo Calvino ("Formas Breves"). "Encarnado" veio da nossa primeira entrada na favela e, quatro anos depois, fizemos "Pororoca". E vai ser muito bom apresentar no FID porque a gente não dança em Belo Horizonte há 15 anos. Então, estou muito feliz com a oportunidade de festejar os 20 anos nesse festival que eu sempre admirei muito e numa cidade como Belo Horizonte que tem uma forte relação com a dança.
Daniel Euge


SUPERUNIVERSIDADE


SUPERUNIVERSIDADE
26/10/2010
Ministro promete esforço em Brasília por aval ao consórcio 
Mudança na lei pode abrir as portas para a integração de outras universidades do país

O plano que cria a chamada Superunivesidade está pronto para sair do papel. Ontem, na capital, reitores das sete instituições mineiras envolvidas entregaram ao ministro da Educação, Fernando Haddad, o pré-projeto do Consórcio de Universidades do Sul-Sudeste de Minas Gerais, previsto para ser implantado já no próximo ano.
Entusiasmado com a proposta do Plano de Desenvolvimento Institucional do Consórcio (PDIC) - uma iniciativa inédita no país -, Haddad disse que vai aguardar apenas o parecer favorável dos conselhos superiores para dar o aval do ministério.
"Se houver uma sinalização, ainda que preliminar, de que o caminho é o consorciamento, eu me comprometo a negociar junto à Casa Civil e ao Ministério do Planejamento uma alteração na nossa lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para dar guarida a essa proposta", garantiu.
De qualquer forma, a operacionalização técnica e financeira do consórcio independe da alteração da lei, que precisa ser discutida no Congresso Nacional. Contudo, a mudança na legislação seria importante para fomentar a expansão do ensino superior, o que facilitaria a integração de outras universidades em outras partes do país.
Perfil. O consórcio, que começou a ser discutido há cerca de três meses, reúne sete universidades federais mineiras localizadas num raio de 200 km: Unifal (Alfenas), Unifei (Itajubá), UFJF (Juiz de Fora), Ufla (Lavras), Ufop (Ouro Preto), UFSJ (São João del-Rei) e UFV (Viçosa). O plano beneficiaria cerca de 55.800 estudantes e 3.800 pesquisadores e ofereceria 13 mil vagas.
O principal benefício do consórcio é o intercâmbio de conhecimento, proporcionado, principalmente, pela mobilidade acadêmica. Se aprovado, o projeto reuniria 239 cursos de graduação e 145 programas de pós-graduação. Ao todo, seriam 4.390 docentes e 5.968 funcionários técnico-administrativos.
Até o início de novembro, os conselhos superiores das sete universidades devem se manifestar pela adesão ou não do plano. As discussões, no entanto, continuam. "Temos ainda que fazer interlocuções com conselhos, comunidade universitária, sociedade, Ministério da Educação e governo do Estado", ressaltou o reitor da UFV, Luiz Cláudio Costa, coordenador geral da proposta.
Raio-X
Missão. Construir parcerias e compartilhar conhecimentos nas áreas de ensino, pesquisa
e extensão.

Mobilidade. Os alunos poderão cursar disciplinas nas universidades consorciadas, além
de realizar pesquisas e trocar experiências.

Vestibular. O consórcio prevê a uniformização do processo seletivo, que pode se dar pela nota do Enem.

Pesquisa. Serão criados centros de pesquisa em áreas estratégicas e compartilhados mais de mil laboratórios. Novos espaços também serão construídos.
Financiamento
Facilitado. Para o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Evaldo Vilela, o consórcio irá ajudar na liberação de recursos. "Fica mais fácil. As universidades ficam ‘maiores’ e o interesse se torna global", avalia.
Proposta prevê bolsa de R$ 500Ansiosos com o consórcio, os estudantes já estão preocupados com as questões curriculares e de mobilidade acadêmica. "Isso está na nossa plataforma de reivindicações. Não basta dar vagas", afirmou a presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, Luiza Lafetá.
A Bolsa Mobilidade, contida na proposta, prevê uma ajuda mensal de R$ 500 para 10 mil alunos por semestre letivo. O coordenador do projeto, Luiz Cláudio Costa, orienta os universitários a se informarem, desde já, sobre os cursos e instituições. (TN)


Reitores discutem a união das instituições 03/08/2010
Ainda neste ano, Minas Gerais deverá abrigar a maior fusão de instituições de ensino superior do Brasil. E para discutir as estratégias do consórcio, que está sendo chamado de "superuniversidade", sete reitores de universidades federais do Estado se reúnem hoje em Belo Horizonte.
O consórcio foi proposto pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, no dia 19 de julho, e deverá reunir as universidades federais de Viçosa, Alfenas, Itajubá, Juiz de Fora, Lavras, São João Del Rei e Ouro Preto. Neste encontro, serão discutidas as ações prioritárias para que a fusão aconteça até o final desse ano.
De acordo com o reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Luiz Claúdio Costa, esta é uma iniciativa inédita de somar forças no país. "Poderemos oferecer cursos, disciplinas, formação de pós-graduandos em conjunto, se for o caso, e otimizar recursos e esforços que resultem em ações mais amplas para a sociedade", explicou.
03/08/2010Em conjunto, essas instituições atuam em 17 municípios do Sudeste de Minas e reúnem cerca de 41 mil alunos de graduação e 5,3 mil de pós-graduação. 

qualidade da educação

Sete universidades do país estão entre as melhores


USP lidera entre as federais brasileiras, mas está situada na 150ª colocação 18/08/2011
Brasília. Sete universidades brasileiras estão entre as 500 instituições de ensino superior mais valorizadas na China. O Ranking Acadêmico de Universidades Mundiais (ARWU, na sigla em inglês), publicado anualmente pela Universidade de Jiao Tong, compreende um indicador de qualidade em que os chineses se baseiam para escolher as universidades onde estudar no exterior.

A Universidade de São Paulo (USP) lidera entre as brasileiras, conquistando uma posição entre as 150 melhores do mundo. Também aparecem na classificação chinesa a Universidade de Campinas (Unicamp), que ficou entre as 300 melhores, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), entre as 400 melhores, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entre as 500.

O ARWU usa seis indicadores para avaliar as instituições, entre eles, o número de professores e alunos que ganharam prêmios Nobel e outros prêmios em ciências e economia, menções a seus pesquisadores e artigos publicados em jornais científicos.

Para a preparação da lista, que exclui ciências humanas, são levadas em conta mil universidades. A elite econômica e política chinesa costuma escolher as cem mais bem-situadas não só para a preparação de seus filhos, mas também para investir em imóveis nas cidades que acolhem essas instituições.

Nenhuma instituição ibero-americana está entre as cem primeiras no ranking, dominado pelos EUA. Os quatro centros mais bem-colocados são a Harvard, seguida por Stanford, Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Berkeley.



outro O ranking admitido é este. http://www.timeshighereducation.co.uk/

balanço social do Governo Lacerda (parcial)



Balanço.Faltando 16 meses para fim de mandato, Lacerda terá que correr para cumprir promessas eleitorais
Propostas para transporte e educação ainda engatinham
Projeto de coleta seletiva também está longe de ser concluído em BH
 21/08/2011


Se o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), pretende chegar em 2012 com um bom capital político para costurar as difíceis alianças que deseja, ele terá que trabalhar muito para colocar em dia boa parte de suas promessas de campanha. Educação, transporte, limpeza urbana: em todas essas áreas há atrasos nas metas estabelecidas na cartilha "Aliança por BH", apresentada durante sua campanha política.

No período de transição de governo, entre novembro e dezembro de 2008, o então prefeito eleito fez uma de suas promessas mais ambiciosas: publicar o edital de licitação da parceria público-privada para expansão do metrô da capital ainda no primeiro semestre de 2009. Depois de dois anos e oito meses de governo e várias visitas ao Planalto cobrando recursos, Lacerda não conseguiu viabilizar o que, há 25 anos, é uma das grandes necessidades para a melhoria do trânsito de Belo Horizonte.

Ainda na área de mobilidade urbana, outro desafio audacioso da administração do prefeito anda a passos lentos. O Sistema Inteligente no Transporte por Ônibus (Sitbus) ainda está em fase de testes, apesar de ser uma obrigação dos empresários, prevista no contrato de concessão do serviço. Com o Sitbus, a frota de ônibus será rastreada e interligada a uma central. Em determinados pontos de parada, haverá um monitor informando o tempo de espera para o coletivo chegar ao local. Segundo a assessoria da BHTrans, até o final deste ano, o sistema deverá estar funcionando em 150 pontos de maior movimento da cidade. A expectativa é que, até junho de 2013, quando acontecerá a Copa das Confederações, 1.500 paradas de ônibus estejam equipadas com o Sitbus.

Velocidade também não parece ser a principal característica do projeto de coleta seletiva. Dos 707 bairros e vilas da capital, apenas 30 contam com o serviço, o que corresponde a 4,2% do total. Antes de ser eleito, o então candidato a prefeito havia prometido terminar o mandato com, no mínimo, metade dos bairros recebendo os caminhões da coleta.

Educação. Pela matemática da prefeitura, o saldo de algumas promessas de Lacerda tem grandes chances de fechar negativo ao final de 2012. Em seu programa de governo, ele prometeu para a população construir cem novas Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis), chegando a 81 mil vagas. Em quase 32 meses de governo, ele cumpriu apenas 22% da meta, com 20.259 vagas. Nesse ritmo, o prefeito precisará inaugurar quase cinco Umeis por mês até dezembro de 2012 para cumprir com a palavra.



OTIMISMO
"Há tempo para atingir metas"
Os apoiadores de Marcio Lacerda estão otimistas quanto ao saldo final da administração do prefeito. Para o líder de governo na Câmara de Belo Horizonte, Tarcísio Caixeta (PT), Lacerda está promovendo melhorias em todas as áreas. "Hoje, temos um conjunto enorme de obras, como a ligação das avenidas Pedro II e Antônio Carlos, novas estações BHBus, além da modernização da administração com criatividade e centrada na participação popular", enumera.

Sobre a ampliação do metrô, o vereador ressalta que o projeto depende, essencialmente, do governo federal, e só não aconteceu até hoje pois não houve consenso sobre o modelo de parceria público-privada. Em relação ao Sistema Inteligente no Transporte por Ônibus (Sitbus), Caixeta afirma que a cidade está passando por uma modernização tecnológica, com implantação de uma grande rede de fibras óticas. "Quando isso estiver pronto, teremos uma cidade mais inteligente, conectada, seja nos transportes, na saúde ou na segurança", analisa.

Para o vereador, o prefeito Marcio Lacerda ainda tem tempo para alcançar as metas, ou, pelo menos, para avançar mais em alguns pontos, como a construção das Unidades Municipais de Educação Infantil. (AL)


OBJETIVOS
Saúde e segurança são as áreas que mais avançam
Algumas promessas do prefeito têm mais chances de serem cumpridas, mas também será preciso muito empenho. Na área de saúde, Marcio Lacerda disse que iria entregar 40 academias da cidade, completando 48 unidades. Até agora, apenas 22 foram inauguradas, mas segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, até o fim deste mês, mais nove ficarão prontas, totalizando 31. Ou seja, Lacerda terá um ano e cinco meses para inaugurar outras nove unidades e cumprir com a promessa.

Segundo Caixeta, "Lacerda promove melhorias em todas as áreas"
A sensação de dever cumprido também está próxima quando o assunto é segurança pública. Durante sua campanha eleitoral, o então candidato a prefeito firmou compromisso com a população de colocar 3.000 guardas municipais nas ruas da capital, como determina a legislação. Atualmente, a cidade conta com 2.341 agentes e, segundo a assessoria de comunicação da Guarda, existe a expectativa de um novo concurso público no ano que vem para completar o efetivo.

Na área de educação, Lacerda pretendia levar o programa Saúde na Escola para todos os alunos da rede municipal. Hoje, a iniciativa está implantada em 169 das 173 escolas. (AL)
ALINE LABBAT