Imposto sobre produto no Dia dos Pais chega a 78%
Para o coordenador do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, responsável pelo estudo, se a incidêndia não fosse tão alta, os consumidores comprariam mais
Quem optar por homenagear os pais com roupas, por exemplo, vai pagar cerca de 34,67% em impostos. Outro segmento afetado são os aparelhos de som. Nesse caso, a incidência chega a 36,80%.
Os CDs e DVDs, também muito vendidos, têm uma carga tributária embutida de 37,88% e 44,20%, respectivamente. No caso dos aparelhos de DVDs, a arrecadação pode chegar a 50,39% e nos computadores até R$ 3.000, de 24,30%.
Para aquelas pessoas que quiserem diferenciar na lembrança e homenagear o patriarca com um apetitoso jantar ou almoço do Dia dos Pais, a tributação dos impostos nos restaurantes é, em média, 32,31%. Os bombons, por exemplo, chegam a 37,61%.
Assumindo o último lugar na lista de sugestões de presentes para a ocasião estão os livros. Nesses caso, o imposto sobre o produto é de 15,52%. O grande vilão, porém, são os perfumes importados, que têm uma tributação de 78,43%. Já os nacionais têm arrecadação de 69,13%.
A administradora de empresas Hérica Nogueira, 23, conta que ainda não comprou seu presente do Dia dos Pais, mas que a primeira ideia era presentear seu pai com um relógio novo. "Queria homenageá-lo com um relógio. Pensei em ir durante esta semana a algum shopping em Betim ou em Belo Horizonte para poder apreçar o valor. O que eu não sabia é que no produto irei pagar mais de 50% somente em impostos. É o caso de até reavaliar a lembrança".
Ela explica ainda que a maior revolta é que, apesar de saber da importância dos tributos para custear a máquina pública, esses valores não são bem-aplicados e distribuídos. "Eles não têm um retorno satisfatório para a população. Muitos países desenvolvidos pagam menos tributos que nós e têm muito mais qualidade nos serviços públicos prestados", salienta.
Pela pesquisa, os relógios têm uma carga tributária embutida de 53,14%, mais da metade do valor do produto.
BarreiraA expressividade nos impostos se deve, segundo o instituto, à alta incidência dos tributos revertidos ao cofres públicos, em que o Brasil, como afirma a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ocupa o 14º lugar no ranking geral.
Para o coordenador de estudos do IBPT, Gilberto do Amaral, se a incidência de tributos sobre os produtos não fosse tão alta, os consumidores poderiam optar por um presente melhor e até mesmo comprar mais. "O sistema tributário no país está excessivamente moldado para tributar o consumo. O brasileiro acaba arcando com o repasse dos tributos, pagando altos preços por eles e, por consequência, consumindo menos", explica.
Impostômetro já registrava quase R$ 800 bilhões
Os brasileiros gastam mais com o pagamento de impostos do que com a compra de vestuário, segundo uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). As famílias brasileiras gastaram R$ 7,77 bilhões ao mês com pagamento de impostos diretos em 2008, incluindo IPTU, IPVA, ISS e IR. As despesas com vestuário ficaram abaixo desse valor, totalizando R$ 7,5 bilhões ao mês no mesmo ano.
Segundo a pesquisa, cada família da classe A pagou R$ 1.555 em impostos diretos ao mês em 2008. Esse total cai para R$ 334 por mês na classe B e para R$ 103 e R$ 41 ao mês, respectivamente, nas classes C e D.
Impostômetro. A ferramenta do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) que registra quanto o brasileiro paga de imposto aos governos federal, estadual e municipal, deve atingir a marca de R$ 800 bilhões às 13h de amanhã.
Se não fossem os impostos, show seria 40% mais barato
Tributos na entrada para ver inglês Ringo Star dariam para comprar 16 cervejas
Quem sai para algum programa cultural não vê, mas os impostos estão lá, e a presença é significativa. Se não fossem eles, a entrada de cinema ou teatro poderia ser em média 30,25% mais barata e, no caso de shows, o preço cairia 40,85%. Esses percentuais equivalem à carga tributária e foram estimados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
O cineminha, que varia de R$ 10 a R$ 18 nas salas convencionais,não passaria de R$ 12,55. O show do Ringo Starr, por exemplo, marcado para 16 de novembro em Belo Horizonte, tem ingressos a partir de R$ 200. Sem os 40,85% de impostos, poderia custar R$ 118,30. Com essa diferença de R$ 81,70 daria para comprar cerca de 16 latinhas de cerveja, considerando o preço médio de shows a R$ 5.
A vice-presidente do IBPT, Letícia do Amaral, lembra que o peso dos impostos sobre os preços dos ingressos é maior do que a média da carga tributária do Brasil, que gira em torno de 36% do Produto Interno Bruto (PIB).
No caso dos shows, 40,85% vão para o governo, que acaba sendo sócio majoritário da receita arrecadada. O resto é dividido entre os gastos com a produção e, pelas estimativas do IBPT, só 30% do preço do ingresso vai para o bolso da empresa responsável pelo show. "Além de todos os tributos e contribuições que incidem sobre o valor da entrada, ainda têm os encargos trabalhistas como contribuição previdenciária e FGTS dos funcionários na empresa, que acabam entrando na despesa da produção e reduzindo ainda mais a margem de lucro", explica Letícia.
Além disso, há ainda a questão dos direitos autorais, as taxas pagas aos sindicatos e os impostos pagos pelos próprios artistas para se apresentar, o que incide sobre o valor do cachê. Tudo pesa sobre o preço final.
O produtor cultural Aluizer Malab, diretor da Malab Produções, afirma que qualquer redução nos impostos traria ganhos para o setor, que seriam repassados em diminuição de custos para o consumidor final. "Temos uma boa experiência em Belo Horizonte, a prefeitura reduziu o ISS de 5% para 2%, esses três pontos percentuais já significaram muito", ressalta Malab.
O produtor lembra que, como a atividade é de alto risco, é difícil calcular uma margem de lucro média. Mas ele avalia que os ganhos são menores do que os 30% estimados pelo IBPT.
Ingresso para Paul McCartney no Brasil foi o mais caro do mundoO cineminha, que varia de R$ 10 a R$ 18 nas salas convencionais,não passaria de R$ 12,55. O show do Ringo Starr, por exemplo, marcado para 16 de novembro em Belo Horizonte, tem ingressos a partir de R$ 200. Sem os 40,85% de impostos, poderia custar R$ 118,30. Com essa diferença de R$ 81,70 daria para comprar cerca de 16 latinhas de cerveja, considerando o preço médio de shows a R$ 5.
A vice-presidente do IBPT, Letícia do Amaral, lembra que o peso dos impostos sobre os preços dos ingressos é maior do que a média da carga tributária do Brasil, que gira em torno de 36% do Produto Interno Bruto (PIB).
No caso dos shows, 40,85% vão para o governo, que acaba sendo sócio majoritário da receita arrecadada. O resto é dividido entre os gastos com a produção e, pelas estimativas do IBPT, só 30% do preço do ingresso vai para o bolso da empresa responsável pelo show. "Além de todos os tributos e contribuições que incidem sobre o valor da entrada, ainda têm os encargos trabalhistas como contribuição previdenciária e FGTS dos funcionários na empresa, que acabam entrando na despesa da produção e reduzindo ainda mais a margem de lucro", explica Letícia.
Além disso, há ainda a questão dos direitos autorais, as taxas pagas aos sindicatos e os impostos pagos pelos próprios artistas para se apresentar, o que incide sobre o valor do cachê. Tudo pesa sobre o preço final.
O produtor cultural Aluizer Malab, diretor da Malab Produções, afirma que qualquer redução nos impostos traria ganhos para o setor, que seriam repassados em diminuição de custos para o consumidor final. "Temos uma boa experiência em Belo Horizonte, a prefeitura reduziu o ISS de 5% para 2%, esses três pontos percentuais já significaram muito", ressalta Malab.
O produtor lembra que, como a atividade é de alto risco, é difícil calcular uma margem de lucro média. Mas ele avalia que os ganhos são menores do que os 30% estimados pelo IBPT.
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