PUC admite devolver dinheiro
FGV requisitou à Polícia Civil que abra inquérito sobre denúncias de fraude
A "Folha de S.Paulo" mostrou ontem que o nome da FGV foi usado indevidamente, em 2010, para fraudar uma licitação realizada pelo ministério que terminou com a vitória da Fundação São Paulo. O contrato está no centro de um dos episódios que levaram, nesta semana, à queda do ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), que pediu demissão na última quarta-feira em meio a uma onda de denúncias de irregularidades na pasta.
A FGV já havia requisitado, ontem de manhã, a abertura de inquérito na Polícia Civil de Brasília para apurar a falsificação de documentos e da assinatura de um de seus professores. A investigação, segundo a Fundação São Paulo, contará com o apoio de uma auditoria externa.
O futuro ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, declarou ontem que todos os casos com suspeitas de irregularidades - incluindo as do contrato, que envolveu a FGV, entre a PUC e a pasta - serão discutidos com o ministro da Controladoria Geral da União (CGU) Jorge Hage na próxima segunda-feira.
Após encontro com a presidente Dilma Rousseff ontem, Mendes Ribeiro disse que os órgãos de controle terão total liberdade para investigar eventuais irregularidades. "Se não fosse encontrar "pepino" no Ministério da Agricultura, não encontraria em outro lugar. Todos que quiserem fazer investigação e qualquer trabalho ligado a qualquer tipo de controle terão toda liberdade no ministério", garantiu.
Mudanças. Ele declarou que terá carta branca da presidente Dilma Rousseff para fazer mudanças na pasta. "A presidente Dilma disse que confia em mim. É para eu fazer o que achar que devo fazer", afirmou o futuro ministro, sem dar um prazo para que as mudanças ocorram. "Estou fazendo um exame detalhado do ministério com toda a cautela para poder imprimir as mudanças que sejam necessárias. E, para mudar, vou ter que tirar alguém", disse.
Como primeiro ato de sua gestão, Mendes Ribeiro disse que pretende nomear Caio Rocha, ex-secretário estadual de Agricultura e Abastecimento no governo de Germano Rigotto (RS) como seu assessor especial.
O futuro ministro ainda descartou a possibilidade de acabar com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "A Conab tem uma função extremamente importante. Não posso resolver o problema terminando dessa forma", justificou Ribeiro.
"Diário Oficial". Edição extra do "Diário Oficial", publicada anteontem, oficializou a exoneração de Wagner Rossi e a indicação de Mendes Ribeiro (PMDB-RS) para pasta da Agricultura. A posse será terça-feira.
OUROFINO
Empresário dono de jatinho foi exonerado
São Paulo. Ricardo Saud um dos sócios do Grupo Ourofino e dono do jatinho usado várias vezes pelo ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi foi exonerado do cargo de diretor da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura ontem. Ricardo Saud tinha sido indicado ao cargo por Rossi.
A proximidade entre a família de Rossi e a empresa se repete em outros campos. Instalada em Ribeirão Preto (SP), cidade onde moram o ex-ministro e sua família, a Ourofino obteve aprovação, liberação e licença para comercialização de vacina contra febre aftosa em 2010. Em nota, Rossi negou ter beneficiado a empresa.
Vídeos institucionais da Ourofino são realizados pela empresa A Ilha Produções, que atualmente está em nome de Paulo Luciano Tenuto Rossi, filho do ex-ministro. Rossi, por sua vez, foi contemplado com doação de campanha a deputado federal no valor de R$ 100 mil, transferidos pela Ourofino.
A portaria foi publicada no "Diário Oficial" ontem.
CGU. Contrato firmado entre o Ministério da Agricultura e a FGV serão discutidos com ministro Jorge Hage na próxima segunda-feiraA proximidade entre a família de Rossi e a empresa se repete em outros campos. Instalada em Ribeirão Preto (SP), cidade onde moram o ex-ministro e sua família, a Ourofino obteve aprovação, liberação e licença para comercialização de vacina contra febre aftosa em 2010. Em nota, Rossi negou ter beneficiado a empresa.
Vídeos institucionais da Ourofino são realizados pela empresa A Ilha Produções, que atualmente está em nome de Paulo Luciano Tenuto Rossi, filho do ex-ministro. Rossi, por sua vez, foi contemplado com doação de campanha a deputado federal no valor de R$ 100 mil, transferidos pela Ourofino.
A portaria foi publicada no "Diário Oficial" ontem.
POLÊMICA
Dilma não comenta "lobby legítimo"
São José do Rio Preto. A presidente Dilma Rousseff evitou ontem recriminar o futuro ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, que, antes mesmo de assumir a pasta, já entrou em polêmica ao defender a regulamentação do lobby no Brasil. O futuro ministro, que é autor de um projeto de lei que permite aos lobistas atuarem no Congresso, declarou que o lobby é uma questão legítima.
"Não sei o que o ministro da Agricultura disse e não me posiciono sobre o que os outros dizem", afirmou a presidente, em rápida entrevista coletiva, após cerimônia de entrega de 1.993 unidades habitacionais do programa "Minha Casa, Minha Vida" em São José do Rio Preto (SP).
Mendes voltou a defender, ontem, a legalização do lobby, desde que com a devida identificação e com câmeras de seguranças instaladas internamente.
Ainda ontem, mais cedo, em entrevista à Rádio Metrópole AM, a presidente fez elogios ao futuro titular do Ministério da Agricultura. Dilma ressaltou que Ribeiro tem um retrospecto político consistente. A presidente salientou que a trajetória política dele foi construída no Rio Grande do Sul, que possui uma "larga tradição agrícola". "É um homem correto, trabalhador, e eu espero que ele dê continuidade ao trabalho que vinha sendo feito pelo ministro anterior", afirmou.
Especificamente sobre a atuação de Júlio Froés, lobista que atuou no ministério, Mendes desconversou. Fróes teria participado de fraude em licitação no ministério e se dizia amigo do ministro Wagner Rossi e de Milton Ortolan, secretário executivo da pasta que, assim como o ministro, pediu demissão.
Ex. A presidente elogiou Wagner Rossi. "No caso da área de responsabilidade dele, foi muito efetivo, tanto é que o programa que nós lançamos, de apoio à safra em 2011, foi muito bem aceito. E eu espero que o (futuro) ministro continue por aquela trilha que estava muito correta", afirmou.
"Lobista é uma coisa, ladrão é outra", afirmou Mendes Ribeiro"Não sei o que o ministro da Agricultura disse e não me posiciono sobre o que os outros dizem", afirmou a presidente, em rápida entrevista coletiva, após cerimônia de entrega de 1.993 unidades habitacionais do programa "Minha Casa, Minha Vida" em São José do Rio Preto (SP).
Mendes voltou a defender, ontem, a legalização do lobby, desde que com a devida identificação e com câmeras de seguranças instaladas internamente.
Ainda ontem, mais cedo, em entrevista à Rádio Metrópole AM, a presidente fez elogios ao futuro titular do Ministério da Agricultura. Dilma ressaltou que Ribeiro tem um retrospecto político consistente. A presidente salientou que a trajetória política dele foi construída no Rio Grande do Sul, que possui uma "larga tradição agrícola". "É um homem correto, trabalhador, e eu espero que ele dê continuidade ao trabalho que vinha sendo feito pelo ministro anterior", afirmou.
Especificamente sobre a atuação de Júlio Froés, lobista que atuou no ministério, Mendes desconversou. Fróes teria participado de fraude em licitação no ministério e se dizia amigo do ministro Wagner Rossi e de Milton Ortolan, secretário executivo da pasta que, assim como o ministro, pediu demissão.
Ex. A presidente elogiou Wagner Rossi. "No caso da área de responsabilidade dele, foi muito efetivo, tanto é que o programa que nós lançamos, de apoio à safra em 2011, foi muito bem aceito. E eu espero que o (futuro) ministro continue por aquela trilha que estava muito correta", afirmou.
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