domingo, 21 de agosto de 2011

endividamento coletivo


IPEA
Seis a cada dez devem mais do que ganham
Famílias que recebem até um salário são as menos endividadas

Mais de metade dos brasileiros (55%) possuem algum tipo de dívida, de acordo com estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Do total de entrevistados, 62,5% devem mais do que ganham, sendo que praticamente uma em cada quatro pessoas (23%) deve mais do que cinco vezes o próprio salário.
Segundo o Ipea, a média da dívida dos brasileiros é de R$ 5.426,59 e apenas 11% considera estar muito endividado. Cerca de 26% acreditam que o valor comprometido é baixo. O restante acha que os valores a pagar são razoáveis.
De acordo com a pesquisa, as famílias que ganham de um a dois salários mínimos são as mais endividadas. Mais de 13% dos entrevistados nessa faixa salarial dizem que devem valores acima do que podem pagar. Já quem os que ganham apenas até um salário, são os que menos devem: 58% das pessoas que recebem até R$ 510 afirmaram que as contas estão equilibradas.
Desafio. Para o webdesigner André Villela, 31, manter o financiamento do carro que comprou tem sido um desafio. As prestações do automóvel, que vão até 2012, somadas às despesas que ele já possuía e às novas, adquiridas em função do bem, ultrapassam o salário. "O maior problema foi não ter me preparado para as despesas que vêm junto com o carro, como combustível e estacionamento. Neste mês tive que usar o cheque especial para pagar as contas".
De acordo com a economista da Federação do Comércio de Minas Gerais Silvânia de Araújo, o brasileiro precisa aprender a fazer dívidas de maneira correta. "O crédito permite a inclusão social e o acesso aos bens de consumo, beneficiando o consumidor e impulsionando a economia", garante.
O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, ressalta que o uso do crédito faz parte do crescimento do país. "É fundamental que o Brasil mantenha o ritmo de expansão econômica. Isso dará mais conforto a essas famílias, para que tenham condições de pagar suas dívidas. Ao mesmo tempo, é preciso avançar na educação financeira para que possam usar melhor os instrumentos de crédito", afirmou.
Foram entrevistados 3.800 domicílios. Pela amostragem, 15% das pessoas com idade entre 30 e 39 anos possuem dívidas que não sabem como pagar. Já os com mais de 60 anos são os menos endividados e somente 7% afirmaram ter alguma dívida.
Nível de endividamento das famílias é considerado baixo
Rio de Janeiro. O nível de endividamento das famílias brasileiras ainda é considerado baixo, se comparado com outros países. Mas, entre as que têm dívidas, cerca de 38% afirmam não ter condições de pagar suas contas atrasadas no mês seguinte. As informações são de pesquisa domiciliar realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mede o grau de otimismo quanto à economia do Brasil.
De acordo com a pesquisa, 11,08% das famílias pesquisadas afirmaram estar muito endividadas, ao passo que cerca de 72% declararam estar pouco endividadas ou não ter dívidas. "Olhando para outros países, esse é um nível de endividamento muito baixo, pois a presença de crédito no Brasil também é muito baixa", declarou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
Otimismo 
Pagar depois. No Brasil, cerca de 20% das famílias possuem alguma conta atrasada - dessas, 60% acreditam que conseguirão quitar seus compromissos no mês seguinte.

Prestação. Com as facilidades do IPI reduzido, carros alavancaram o endividamento dos brasileiros





Apenas 16,4% das famílias têm como pagar suas dívidas

49,5% das famílias disseram perceber um bom momento para comprar
Fechar o orçamento do mês com a quitação integral das dívidas é a condição de apenas 16,4% das famílias entrevistadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o Índice de Expectativa das Famílias (IEF), estudo divulgado ontem pelo Ipea, 47,8% das famílias só serão capazes de quitar parcialmente suas dívidas, enquanto 32,8% não serão capazes de pagar os débitos atrasados.

A pesquisa mostrou que 42% das famílias estão endividadas, sendo que, deste total, 9,2% se declararam "muito endividadas". Na região Sudeste, o índice de entrevistados que disse não possuir dívidas é de 61,6%, enquanto 8,4% disseram estar muito endividados.

Ainda de acordo com o levantamento mensal, as famílias seguem crentes na economia brasileira, apesar do alto endividamento. No país, o índice de confiança das famílias é de 63,5 pontos. O valor é levemente inferior ao observado no mês de junho, quando a taxa foi de 64,1 pontos. Para 53,2% dos entrevistados, a situação econômica deve melhorar nos próximos doze meses. Na região Sudeste, 54,27% das famílias ouvidas esperam uma situação melhor.

Confira a arte animada:
A auxiliar de limpeza Ruth Meira conseguiu uma recolocação no mercado de trabalho no último mês depois de passar dois anos desempregada. Mesmo com débitos pendentes acumulados deste período, ela se diz otimista com o seu futuro financeiro. "Agora vou conseguir planejar melhor as contas e espero conseguir quitar tudo que está atrasado para voltar a consumir", conta.

Futuro. Questionadas sobre as intenções de consumo, 49,5% das famílias disseram perceber um bom momento para comprar. Já 45,4% acham que esse não é o momento ideal para novos financiamentos.

Ao tentar analisar a situação econômica do Brasil para os próximos cinco anos, 53% disseram que o país estará melhor, 25% acham que o Brasil estará pior e 20,4% não souberam responder. Na região Sudeste, a proporção foi de 47,3% para quem acha que vai melhorar e 28,3% que vai piorar.











EMPRÉSTIMO
Pesquisa aponta que poucos querem crédito
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é baixo o volume de famílias que pretendem fazer algum empréstimo nos próximos três meses, apesar do alto endividamento e da confiança demonstrada no futuro econômico do país.

Em todo o Brasil, apenas 6,9% das famílias entrevistadas pretendem recorrer ao serviço de crédito, enquanto 92,5% dizem não pretender obter empréstimo.

Na região Sudeste, 93,1% dos pesquisados revelou não ter a intenção de pedir dinheiro emprestado, enquanto 6% pretendem contar com o recurso extra.

Mercado de trabalho. A pesquisa também buscou identificar a expectativa das famílias sobre o mercado de trabalho.

Em todo o país, 79% dos chefes de família se consideram seguros em sua ocupação atual. Já quando se questiona a situação dos demais membros da família o otimismo é um pouco menor: 71,2%.

A expectativa de melhorias profissionais passou de 36% em junho para 38% em julho. Já 57% dos entrevistados não esperam obter melhorias profissionais nos próximos seis meses. (PG)
Controle para evitar dívidas
Pascoal Martins Carrato aconselha evitar financiamentos longos
Professor e consultor em marketing e vendas, Pascoal Martins Carrato diz que, mesmo estando confiante no crescimento econômico do país, é bom evitar fazer financiamentos longos e perder o controle das contas.


Graças a essa prática, ele está entre os 16,2% dos chefes de família que conseguem quitar integralmente as suas dívidas, segundo o Índice de Expectativa das Famílias (IEF) divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).


"Eu procuro não cair na sedução do consumismo e quase nunca compro um bem em mais de três prestações", afirma. (PG) 


Abismo de um sonho

Abraham Lincoln, o presidente norte-americano, dizia em sua sapiência: "pode-se enganar algumas pessoas todo o tempo; pode-se enganar todas as pessoas algum tempo; mas não se pode enganar todas as pessoas todo o tempo". Essa frase continua atual e requer atenção de governantes e da população do Brasil.
Para uma plateia cansada de sofrer e enfrentar as adversidades da vida, o ex-presidente Lula comportou-se como um beato nordestino, oferecendo leite e mel a seus seguidores. Medidas de várias ordens, algumas de cunho populista, fizeram-no afirmar taxativamente que, no seu governo, a pobreza sofreu duro revés e um contingente significativo de pobres conquistou benesses até então inéditas. Na pirâmide social, muitos tiveram acesso a novos patamares.
Até aí, tudo bem. Mas nas cabeças de gente reprimida, uma notícia como essa costuma gerar fantasias irrefreáveis. Isso pode explicar porque apenas 16,4% das famílias brasileiras conseguem pagar suas dívidas. É claro, ninguém fez apologia do consumo irrestrito, mas é fácil entender que a possibilidade de acesso a bens até então proibidos cause sensação e crie a ilusão do surgimento de uma nova era.
Infelizmente, não é assim. Subsidiados pelo governo e oferecidos como moeda de troca eleitoral, muitos programas entusiasmam sobretudo os adeptos do estilo PT de governo. Por boa parte da população, são vistos como um maná - só que há um preço a pagar e não será pequeno.
Quem coloca um "basta" nesse problema crescente é o próprio governo, através de providências como a elevação das taxas de juros. E, não mais que de repente, o brasileiro percebe que acreditou em uma quimera e que, agora, sobraram as cinzas de um sonho, que ele se vê obrigado a pagar, sem poder rolá-las para debaixo do tapete. Alguns arrancam cabelos, outros buscam "dar um jeito" na dificuldade. Poucos se comportaram como a formiga da fábula, que se garantiu para evitar a triste sorte da cigarra, obrigada a ouvir: "você cantava? Pois dance agora!".

O problema da dívida, já dizia o Sílvio Santos, um dos homens mais ricos do Brasil, não é do devedor, é do credor.Pelo que sei , a economia do mercado interno brasileiro vai de vento em popa. A cada dia um novo Shopping Center é inaugurado. Temos um dos maiores números de usuários de telefonia móvel.Cresceu tanto que está ruim e não sabem como melhorar.Automóvel? Já estão implorando para pararem de comprar. A turma da construção civil vai trabalhar com o seu carro próprio.Carros importados são a coqueluche dos ricos. Apartamentos e casas são todos vendidos na planta.O país cresce no PIB e com inflação baixa. O que querem mais? 


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