Ouro é o porto seguro diante das incertezas econômicas
Metal valorizou mais de 330% em uma década, contra 137% da poupança
HELENICE LAGUARDIASegurança. Barra de ouro é recomendada para investir até 2 kg; acima disso, compre o certificado
Investimento da década, o ouro foi imbatível. O preço do metal subiu 332,52% de 2000 a 2010, deixando aplicações tradicionais para trás. A poupança rendeu, no período, 137,57%, enquanto o dólar resultou em perdas para quem usou a moeda estrangeira como opção para ganhar dinheiro.O diretor administrativo da OM Distribuidora de Títulos, Juarez Silva Filho, defende o ouro como um porto seguro diante da instabilidade mundial. "O ouro não vai ter queda. A projeção é que o preço da onça (31,1 gramas) bata os US$ 3.000 no ano que vem", disse Silva Filho, há 30 anos no ramo de ouro. Mas Silva aconselha o investimento como formação de um patrimônio. "A pessoa pode escolher a quantidade que ela quiser, desde R$ 100", disse.
Há duas maneiras de investir em ouro: pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) ou no mercado de balcão, por meio de instituições financeiras como bancos e corretoras. Na primeira opção, não é negociado o ouro físico mas um título em papel.
Para comprar na Bolsa, é preciso ter conta em uma corretora e muito dinheiro. Lá, a operação acontece a partir de 250 gramas, quando o investidor gastará não menos que R$ 20 mil. Em algumas corretoras, é possível comprar quantidades menores, e o ouro é entregue lacrado e certificado.
Apesar de parecer fácil, a operação exige cuidados. Quando o investidor retira uma barra de ouro da custódia do banco, essa barra deixa de ter o padrão exigido para negociação na Bolsa.
"Caso o investidor tenha interesse de voltar a ter essa barra em custódia para negociação em Bolsa, ele precisa iniciar um novo processo de certificação. Ou seja, deve levar a barra a uma empresa fundidora de ouro credenciada pela BM&FBovespa, que fará uma nova análise da barra para enviar ao banco custodiante por meio de uma empresa de transporte de valores", informa a Bovespa.
Daí, mesmo que o ouro esteja batendo recordes - como foi no início da semana, quando atingiu a cotação de US$ 1.610,70 a onça de 31,1035 gramas -, para pequenos investidores a saída é guardar o metal em casa. "Senão o caldo fica mais caro que o peixe", brincou o diretor da Reserva Metais, André Nunes.
O que ele quer dizer é que, numa aplicação pequena, a logística para manter o ouro sob custódia num banco fica muito cara, pois o custo varia entre 1% a 3% do investimento. Ele orienta ainda que é preciso procurar uma instituição financeira credenciada a operar com ouro. "Para investimentos de 1 kg até 2 kg de ouro, o recomendado é a barra física. Mas para investir R$ 1 milhão, é melhor comprar na forma escritural: você recebe o certificado e o ouro fica sob a custódia da corretora", explicou Nunes.
Ele afirma que, para algumas pessoas, o ouro funciona melhor do que para outras. "Tem sido uma excelente opção de diversificação no portfólio", disse Nunes. Para ele, quando o mercado acha que já subiu o bastante, o ouro sobe sempre mais um pouco. Num cenário de crise na zona do euro e nos Estados Unidos, como agora, as pessoas buscam o ouro como um ativo de preservação de patrimônio, explicou o executivo. Ele dá a dica: o ciclo de alta do ouro está no meio do caminho.
PEQUENOS
Banco vende múltiplos de 25g
O Banco do Brasil vende ouro em lingotes (barras de 250 gramas), mas tem também a modalidade escritural. Essa última é para correntistas que desejam investir em ouro em quantidades múltiplas de 25g, isto é, um décimo do volume mínimo de negociação exigido pela BM&FBovespa.
"Para um investidor comprar uma barra de ouro (pela cotação de 20 de junho na BM&FBovespa, 1 grama por R$ 80,50), deveria investir na ordem de R$ 20 mil. Em contrapartida, na modalidade escritural, bastariam R$ 2.000 para os investidores diversificarem investimentos", informou o Banco do Brasil, que exige do investidor ter conta na instituição.
O Banco do Brasil também garante a recompra do ouro vendido aos clientes, mas ele tem que estar sob a custódia do banco. Na forma de lingote, a custódia é de 0,10% e na modalidade escritural, 0,07% sobre o montante custodiado, cobrados mensalmente.
A instituição informa que não cobra tarifas do cliente no momento da comercialização. "No entanto, há uma pequena diferença de preços entre o preço de negociação praticado pelo banco e o preço de negociação na BM&FBovespa", disse o BB. (HL)
"Para um investidor comprar uma barra de ouro (pela cotação de 20 de junho na BM&FBovespa, 1 grama por R$ 80,50), deveria investir na ordem de R$ 20 mil. Em contrapartida, na modalidade escritural, bastariam R$ 2.000 para os investidores diversificarem investimentos", informou o Banco do Brasil, que exige do investidor ter conta na instituição.
O Banco do Brasil também garante a recompra do ouro vendido aos clientes, mas ele tem que estar sob a custódia do banco. Na forma de lingote, a custódia é de 0,10% e na modalidade escritural, 0,07% sobre o montante custodiado, cobrados mensalmente.
A instituição informa que não cobra tarifas do cliente no momento da comercialização. "No entanto, há uma pequena diferença de preços entre o preço de negociação praticado pelo banco e o preço de negociação na BM&FBovespa", disse o BB. (HL)
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