Mancha será sempre lembrada
Mais 35 marcas estão sendo investigadas pelo Ministério do Público do Trabalho
Especialistas criticam a postura da Zara após sofrer denúncias"Tenho vergonha de vocês". "Nunca mais compro nada nesta loja". Esse tipo de comentário se tornou comum no Twitter e no Facebook nos últimos dias, desde que a Zara e outras seis marcas foram envolvidas em denúncias de trabalho escravo e ilustra a dimensão do dano à imagem das empresas em tempos de redes sociais.
"Sempre houve crises, mas as mídias sociais conferem a elas abrangência, penetração e velocidade que não havia antes. O dano à imagem e à reputação das marcas é muito maior", diz o professor de comunicação da crise e consultor em gestão de crises da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Eduardo Prestes.
Ele explica que esses danos podem perseguir as empresas por anos a fio caso a ação para contornar a crise não seja eficaz. Prestes diz que não há um manual para essas situações, mas aponta práticas danosas que estão sendo utilizadas pela Zara. "Não se deve negar os fatos, nem tentar transferir a culpa para parceiros, fornecedores, trabalhadores. Pode-se tentar fazer isso nos tribunais, mas não em público", aponta. Ele lembra que a Zara, a princípio, tentou transferir a culpa pela situação dos trabalhadores para a confecção terceirizada. Segundo ele, o ideal seria a empresa vir a público, se desculpar e posicionar-se claramente contra o trabalho escravo.
O professor de publicidade e propaganda multimídia do Uni-BH, Salomão Terra, também aponta essa postura humanizada como a mais indicada. "A marca não pode se abstrair, deixar os usuários sem resposta. Ela tem que marcar uma posição púbica e, se for pertinente, estreitar a conversa com algum usuário", diz.
Piada. Além das críticas, as denúncias de exploração de trabalhadores em São Paulo renderam muitas piadas nas redes sociais. O "Sensacionalista", um perfil que publica apenas notícias falsas, anunciou o que seria a nova novela nacional: "depois de ‘O Astro’ vem aí um novo remake, ‘A escrava é Zara". Um outro post, de origem desconhecida, se propagou pelo Twitter alardeando um novo filme chamado "O Diabo veste Zara".
Hugo Gloss, conhecido por seus "bons-dias" bem humorados no Twitter, também não perdeu a piada e escreveu ontem de manhã: "bom dia você que descobriu que trabalha na Zara porque estão te fazendo de escravo".
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