BOLÍVIA
Projeto de estrada vira disputa entre indígenas e Evo
Construção conta com financiamento brasileiro de US$ 300 milhõesLa Paz, Bolívia. A construção de uma estrada, no berço da Floresta Amazônica, tornou-se um impasse entre o governo do presidente Evo Morales e os índios bolivianos, que agora preparam uma marcha de protesto desde a cidade de Trinidad até a capital La Paz.
"É uma luta por nossa vida, nossos filhos e nosso território, que também é terra de todo povo boliviano, porque (a luta) se trata da defesa do meio ambiente e da vida", explicam os índios, na carta de convocação para a passeata na próxima segunda-feira.
O ministro da presidência da Bolívia, Carlos Romero, tentou amenizar as tensões entre a atual administração e os indígenas, convidando líderes das cidades de Trinidad e Cochabamba para um diálogo, em busca de alternativas para a estrada, cuja construção deve levar à destruição de, pelo menos, 500 mil árvores.
O presidente do Parque Nacional Isiboro Sécure, Fernando Vargas, afirmou que "o diálogo acabou há cerca de um mês, quando as populações nativas desistiram de fazer com que o governo entendesse" as consequências negativas da estrada na floresta.
O projeto, apoiado firmemente por Morales, conta com financiamento brasileiro de US$ 300 milhões e é rejeitado pelos povos indígenas, porque dividirá em dois os territórios de 64 comunidades para dar caminho à faixa de asfalto de pouco mais que 170 km de comprimento e 50 m de largura.
A construção ainda é vista com maus olhos pelos defensores do meio ambiente, que chamam a atenção para o desmatamento. A região, onde a estrada pretende ser erguida, é cercada de rios e lagos e tem uma alta capacidade de absorver gás carbônico e produzir oxigênio.
"Nosso dever é cuidar da nossa casa e não estamos de acordo com a construção de uma estrada no meio da nossa casa", disse o líder indígena Adolfo Moye.
Projeto apoiado pelo presidente Evo Morales vai asfaltar 170 km
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