domingo, 21 de agosto de 2011

politica pública e prioridades de investimentos


Ônibus é campeão de usuários
Levantamento nacional aponta que o meio de locomoção é o mais criticado
FLÁVIA MARTINS Y MIGUEL



Utilizado por 34% da população, o ônibus é o principal meio de locomoção no Brasil, segundo levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). A preferência pelo transporte coletivo na capital mineira é quase duas vezes maior que a média nacional, atingindo 66,8% dos usuários.

A pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), mostrou que a insatisfação com os ônibus atingiu 24% do total, que acha o serviço ruim ou péssimo. Mas a maioria, 45%, ainda considera o ônibus um meio de transporte ótimo ou bom. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 141 municípios. "Surpreende um pouco que a maioria ainda faz uma avaliação positiva do transporte público. Mas o uso que o indivíduo faz, principalmente, nas cidades de maior população, em que predomina o transporte por ônibus, a avaliação de que o serviço tem qualidade se reduz", afirma o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

De acordo com a pesquisa, 24% dos brasileiros se locomovem a pé, 16% de carro e 8% de bicicleta. O restante utiliza outros meios, como táxi e trem. Minas participa de 10,5% da amostragem do levantamento do país, com 210 entrevistados.

Sem saída. Em Belo Horizonte, o alto número de usuários de ônibus (1,5 milhões de pessoas) é explicado mais pela falta de alternativas de transporte público eficiente do que pela qualidade do serviço. Com apenas uma linha de metrô e 22 km de ciclovias, para quem não tem carro, restam os coletivos.

"Aqui não tem nada, só ônibus. Não é uma opção ruim, mas o serviço está trabalhando fora da faixa de eficiência. O sistema está acima da capacidade, demora e é de baixa qualidade. O pessoal quer se livrar, compra carro e entope as ruas", diz o chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais, Nilson Tadeu Nunes.

Para quem encara a ida ao trabalho dentro de um ônibus em Belo Horizonte, o tormento é diário. A esteticista Luciana Barreto, 38, mora no bairro Heliópolis, na região Norte, e demora duas horas em um coletivo até o Caiçara, na Noroeste.

A média de duração é o dobro da revelada pela pesquisa do Ibope. De acordo com Luciana, a escolha pelo ônibus passa longe de ser uma opção para o deslocamento. "Se eu tivesse carro, jamais enfrentaria isso todo dia. Eu tenho que ir para o ponto às 6h45, no máximo, para chegar ao salão às 9h", disse.

Embora apenas 1% da população brasileira utilize os metrôs e trens, ambos são bem-avaliados pelos usuários, de acordo com a pesquisa do Ibope. O levantamento informa que 70% consideram o metrô bom ou ótimo, 21% acham regular e 9% acreditam que é ruim.


Dados do transporte público em Belo Horizonte
Usuários de ônibus
1,5 milhão
O número representa 66,8% do total da população

Velocidade média9 km/h na região central
19,8 km/h de média no geral

Ciclovias
22 km
A maior parte (11 km) fica na avenida Otacílio Negrão de Lima, na Pampulha. As demais se localizam nas avenidas Tereza Cristina, dos Andradas e avenida Doutor Álvaro Vilarinho, em Venda Nova. A prefeitura da capital prometeu mais 117 km de ciclovias

MetrôApenas uma linha que atende a144 mil pessoas por dia. O ramal liga o Eldorado, em Contagem, à região de Venda Nova. Não há previsão de expansão.


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